evolução do dinheiro

Em breve não teremos mais dinheiro. Sim, você leu certo. Abriremos nossas carteiras e não acharemos mais onças e peixes, muito menos moedinhas – que já estão escassas hoje em dia. É, nosso rico dinheirinho será extinto.

Quantos reais você tem em mãos agora? Provavelmente uma quantia pequena. Por quê?

É muito mais fácil pagar o almoço, o presente de sua mãe, até o estacionamento do shopping, com o cartão de crédito. O vale transporte, o vale alimentação, o vale combustível já são nesse formato.

E, convenhamos, a segurança, rapidez e a facilidade de usá-los, acaba ofuscando o dinheiro tradicional. Só guardamos algumas notas por precaução. E se precisarmos comprar algo e a loja não possuir maquininha? Sim, muitos estabelecimentos ainda não aceitam esse tipo de pagamento, mesmo na atualidade.

O Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontam que dos 17 milhões de estabelecimentos comerciais do país, apenas 2,5 milhões usam o leitor de cartões e a maior parte do grupo é composta por micro e pequenas empresas. Número baixo, hein?

Mas, se os cartões proporcionam segurança e facilidade para clientes e empreendedores, por que muitas empresas optam pelo “pagamento tradicional”?

As tarifas cobradas pelas operadoras de cartão de crédito podem ser o motivo principal. Segundo o artigo publicado por Edmilson Koji Tanaka, no blog do Sebrae, os comerciantes acham as taxas um tanto injustas e aí, sorte de quem ainda anda com dinheiro no bolso. Porque aqueles que só usam cartão, é… vão ter que correr para a agência bancária mais próxima.

A mesma pesquisa também aponta dados que justificam o uso do cartão. Alguns exemplos são: a preocupação com a segurança quando as transações são feitas em dinheiro; a maioria dos caixas preferirem cartão a cédulas; o fato do pagamento por cartão diminuir as filas e os comerciantes precisarem ir ao banco cerca de 3 vezes na semana em função das transações por dinheiro – arriscando a própria vida.

Ao perceber a quantidade de benefícios do uso de cartões de crédito, alguns países saíram na frente e estão inovando. A Dinamarca anunciou que pretende não usar mais moedas e cédulas em postos de gasolina, restaurantes e lojas de roupas até 2016. Essa medida pode fomentar a produtividade de negócios e cortar os custos administrativos e financeiros envolvidos no uso de dinheiro.

A Suécia está no mesmo caminho,  aponta o Instituto Real de Tecnologia (KTH), de Estocolmo. O país tem investido consideravelmente em tecnologia da informação, o que pode apressar a substituição do dinheiro pelo cartão de crédito.

Os suecos utilizam aplicativos bancários para transferir dinheiro e, com a população usando cada vez mais esses APPs, a probabilidade de que aconteça uma revolução nos sistemas bancários é grande. Vários bancos do país já possuem setores 100% digitais que não aceitam mais moedas e cédulas.
Futuro do presente:


Se muitos comerciantes não utilizam o cartão de crédito, será que usariam o smartphone para receber pagamentos? É, talvez não. Mas esse é um futuro que está bem próximo. James Anderson, vice-presidente da MasterCard, em entrevista para a Exame, já alertou sobre essa possibilidade e ainda citou três exemplos de pagamentos: Apple Pay, Android Pay e Samsung Pay no mercado.

Para ele, esse tipo de tecnologia está mudando a forma como as pessoas lidam com o dinheiro e a preocupação com a segurança é um fator que tem proporcionado essa transformação.

No Brasil, a previsão é que os pagamentos móveis cheguem a R$ 400 milhões até 2020 e, se isso acontecer, não usaremos moedas, cédulas, cartões – talvez nem carteira. Só smartphones.

Em um futuro distante, não teremos moedas, cédulas, cartões, carteira, muito menos smartphones ou smartwatches. E se começarmos a pagar nossas contas passando nosso pulso em uma espécie de leitor de código de barras, como Will Sallas e Sylvia, no filme O Preço do Amanhã?

Bom, é o preço da facilidade. Da inovação. Do nosso tempo.