Low-code e no-code: o que há por trás dessas abordagens?

Fala galera, beleza com vocês? Aqui é o pokemaobr novamente com mais um artigo para vocês, e hoje, trago um tema muito falado ultimamente, que é Low-code e No-code.

Muitas vezes quando uma pessoa dev fala sobre esse tema, temos a ideia que iremos discutir se low-code ou no-code é programação ou não. Mas essa não é uma discussão aqui, até porque temos a mesma discussão sobre se desenvolver com HTML é programação ou não. A questão que temos que falar é: em que tipo de soluções pode ser interessante usar esse tipo de abordagem.

O que é Low-code e No-code?

Para quem não sabe: low-code é basicamente um jeito de desenvolver utilizando pouco (low-code) ou nenhum código (no-code). Em geral se utiliza interfaces visuais onde a pessoa constrói os aplicativos utilizando lógica básica e alguns recursos drag-and-drop (arrastar e soltar).

No desenvolvimento low-code a pessoa precisa ter um pouco de noção de desenvolvimento, enquanto no no-code uma pessoa totalmente leiga em programação consegue desenvolver.

Nós, como pessoas dev, temos que entender que nem todas as pessoas precisam de conhecimentos avançados ou realmente de lógicas complexas para resolver os seus problemas. Muitas vezes elas precisam apenas de algo para automatizar uma tarefa e evitar o esforço repetitivo. E, é exatamente essa a proposta dessas plataformas: levar para pessoas com pouco ou nenhum conhecimento em código uma maneira de resolver os seus problemas.

Como funciona o Low-code e no-code?

O tipo de abordagem que o low-code/no-code aborda é interessante até para trazer mais pessoas para o mundo dev. Embora essas plataformas possam trazer uma facilidade no desenvolvimento de softwares e aplicativos em geral elas possuem um escopo limitado e para desenvolver maiores customizações será necessário realmente a implementação através dos modos padrão de desenvolvimento.

Uma skill fundamental para toda pessoa dev é entender um pouco mais a fundo sobre o negócio, e, muitas das vezes utilizando uma abordagem low-code/no-code, literalmente as pessoas que mais entendem do negócio poderão desenvolver o que faz sentido para a área dela sem a necessidade de ter uma equipe de desenvolvimento para realizar essa tarefa.

Algumas das áreas comercialmente falando que utilizam bastante estratégias low-code/no-code são: RH, Comercial/Vendas, ERPs/CRMs, gestão de tempo, etc.

Para elucidar um pouco como funciona esse universo, trago alguns exemplos de plataformas low-code/no-code que podemos utilizar como devs.

Scratch

Esse conceito é utilizado por exemplo no Scratch (um projeto do MIT) para ensinar pessoas a entenderem lógica de programação. Nele a pessoa utiliza blocos de comandos para fazer com que o gato realize algumas ações, fale, mude de aparência, etc.

Abordagens como o Scratch são interessantes, já que é possível observar a lógica acontecendo visualmente, o que facilita e muito o aprendizado de lógica, que eu considero algo fundamental na aprendizagem no universo da programação.

MIT APP Inventor

Quando falamos de desenvolvimento para aplicativos móveis, por exemplo, existe uma outra plataforma, também do MIT, que ajuda na prototipação e desenvolvimento utilizando low-code. O MIT App Inventor.

Nele você pode utilizar diversas funcionalidades pré moldadas para desenvolver um aplicativo totalmente funcional para smartphones Android, iPhones e/ou tablets Android/iOS e testá-lo nos mais diferentes modelos.

Node-RED

No mundo do desenvolvimento uma plataforma muito conhecida de low-code para conectar dispositivos de hardware, APIs e outros serviços online de maneira visual e intuitiva é o Node-RED. Ele fornece um editor baseado em navegador que facilita a conexão de fluxos usando uma variedade de nós. Foi desenvolvido em Node.js e você pode criar coisas localmente, em um dispositivo como Raspberry Pi, ou na nuvem.

O desenvolvimento utilizando o Node-RED é baseado em nós que basicamente são de 3 tipos:

• nós de entrada: onde é permitido inserção de dados em uma determinada aplicação;
• nós de saída: onde é permitido o envio de dados para fora de uma aplicação;
• nós de processamento: onde é feito a manipulação dos dados.

Plataformas Comerciais

Quando falamos das plataformas de low-code/no-code utilizada em larga escala comercialmente. De acordo com o Gartner 2021, o quadrante mágico é o seguinte:

Sendo as categorias:

• Challengers – Oracle, Appian, Pega
• Leaders – OutSystems, Mendix, Microsoft, Salesforce
• Niche Players – Kintone, Newgen, Quickbase, Creatio

Bem, desejo que vocês tenham entendido um pouco como funcionam algumas plataformas low-code/no-code e o motivo das pessoas utilizarem. E antes de falarmos mal de uma tecnologia, temos que entender tudo que está por trás e o que aquela tecnologia resolve. Um grande abraço para vocês, até mais.