Saiba como a parceria com influenciadores digitais pode ajudar empresas a aumentar a visibilidade no mercado, atrair novos públicos e crescer o faturamento com o marketing de influência.

A apresentadora Xuxa Meneghel foi garota-propaganda do creme hidratante Monange por 12 anos. Apesar da parceria duradoura, não é possível dizer que as campanhas realizadas durante o período engajaram o público de fato, uma vez que faziam os brasileiros se questionarem com frequência se ela realmente usava o produto. O mesmo pode ser dito do vegetariano Roberto Carlos consumindo carne da Friboi e de Ivete Sangalo, que declarou não gostar de bebida alcoólica, recomendando cerveja Nova Schin – esta última, inclusive já falecida (por que será?).

A dinâmica vazia entre empresas e celebridades, no entanto, vem mudando – e muito – com o tempo. Hoje, as companhias buscam criar um vínculo real com os consumidores. E, para isso, recorrem cada vez mais à estratégia chamada de marketing de influência.

Na prática, é quando as companhias criam campanhas em parceria com influenciadores digitais, tendo como objetivo aproveitar a autoridade online que aquelas pessoas têm sobre determinado público.

Atualmente, 71% das marcas brasileiras consideram o marketing de influência muito importante ou parte central da sua estratégia de negócios. Os dados são da consultoria YOUPIX. Na outra ponta, por sua vez, 84% das pessoas afirmam tomar decisões com base nas opiniões de influenciadores, segundo a empresa de pesquisas Nielsen. Esses números mostram que a tática é tendência e não só pode como também deve ser aproveitada pelas companhias – incluindo PMEs.

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    Os primeiros passos para trabalhar com marketing de influência

    A maior vantagem ao trabalhar com marketing de influência está na aproximação com o público. Isso porque os criadores de conteúdo têm um canal direto com a comunidade.

    O empreendedor que decide trabalhar com marketing de influência precisa começar a caminhada pensando na parte teórica da campanha. O primeiro passo é conhecer o perfil do consumidor. Quem são os clientes, o que consomem e como reagem são alguns questionamentos que devem ser feitos nessa análise.

    A segunda etapa é descobrir em qual rede social o público-alvo se encontra. Hoje, o Facebook é a plataforma com o maior número de usuários ativos mensalmente, somando 2,8 bilhões ao redor do mundo. De acordo com dados da consultoria Kepios, em seguida aparecem YouTube (2,2 bilhões), Instagram (1,3 bilhão) e TikTok (1 bilhão). A quantidade, contudo, não significa necessariamente que uma mídia seja melhor do que a outra.

    Métricas relevantes para você considerar

    Bienalmente, a consultoria YOUPIX realiza uma pesquisa para descobrir como as marcas brasileiras estão se relacionando com o marketing de influência. A terceira e última edição foi divulgada em março de 2021. Alguns dos insights podem te ajudar a entender esse universo e traçar suas próprias estratégias:

    • 86,5% das empresas concordam totalmente ou em parte que trabalhar com influenciadores traz um resultado que nenhum outro tipo de comunicação digital pode trazer;
    • 100% das marcas costumam fechar campanhas veiculadas pelo Instagram, 57% também optam pelo YouTube, e 28% escolhem o Twitter;
    • 94% das companhias realizam ações remuneradas com influenciadores
    • 43% das organizações costumam investir até R$ 300 mil por ano com marketing de influência, e 4% gastam acima de R$ 5 milhões;
    • 35% das empresas têm dificuldades de encontrar o influenciador certo, e 27% acreditam que há baixa profissionalização no mercado nacional.
    marketing de influência influenciador digital

    Como escolher um influenciador digital

    No YouTube, os brasileiros mais seguidos são KondZilla (65,2 milhões), Felipe Neto (43,4 milhões) e Whindersson Nunes (43,3 milhões). No Instagram, por sua vez, quem reina é Neymar Jr. (166 milhões), Ronaldinho Gaúcho (62,2 milhões) e Anitta (57,8 milhões). As informações são do site de estatísticas Social Blade. Apesar da grande visibilidade que essas celebridades podem trazer para uma marca, é importante que a empresa não se iluda com os números na hora de escolher um influenciador.

    A seleção não deve se basear apenas nas chamadas métricas de vaidade, a exemplo do número de seguidores e das curtidas nas fotos. A dica é ser detalhista, observando os comentários e as lives desse influenciador, bem como a participação e o engajamento do público com os conteúdos. Só assim é possível tomar uma decisão assertiva e obter o retorno esperado com a campanha.

    Tipos de influenciadores digitais

    Hoje, é possível dividir os influenciadores digitais em quatro grandes grupos:

    • Nano com menos de 10 mil seguidores
    • Micro que variam entre 10 e 100 mil seguidores
    • Macro que vão de 100 mil a 1 milhão de seguidores
    • Mega que estão acima de 1 milhão de seguidores

    Os dois primeiros podem não apresentar métricas tão expressivas, mas costumam contar com um público real, fiel e altamente engajado. E, geralmente, como trabalham com preços mais amigáveis ou permutas, acabam sendo melhores opções para as PMEs.

    Colocando a mão na massa

    Uma vez que público, rede social e influenciador foram identificados, chegou o momento de combinar a campanha em si. Apesar de não existir um formato único, é importante seguir certas etapas. A primeira delas é oferecer um briefing ao criador, apontando qual o objetivo da comunicação. Não é interessante, porém, engessar a publicação. O recomendado é que o documento sirva de direcionamento para o conteúdo, que deve ser espontâneo, com o jeitinho com que a pessoa costuma se comunicar com a audiência.

    Outro detalhe que deve ser acertado é se o conteúdo será publicado na rede social da empresa ou do influenciador.

    O último tópico a se pensar é em relação ao tempo de parceria. O ideal é estabelecer um relacionamento de médio ou longo prazo. O segredo está no tempo de divulgação, para que a audiência daquele influenciador comece a conhecer a marca apresentada. Não bastam alguns stories no Instagram, um vídeo no YouTube ou até mesmo uma dancinha no TikTok. Nem mesmo os macroinfluenciadores conseguem grandes conversões em campanhas curtas. Quanto maior o tempo de marketing de influência, melhor será o resultado.

    Como medir os resultados no marketing de influência

    A estratégia serve para posicionar uma marca, a fim de gerar relevância e desejo nas pessoas. Dados da consultoria YOUPIX mostram justamente que 70% das empresas brasileiras concordam com essa afirmação. Outras consequências diretas são chegar a novas audiências (63,5%) e traduzir a mensagem da marca (52%). Por conta desses resultados promissores, o marketing de influência cresceu 43% de 2020 para 2021 ao redor do mundo. Segundo informações da revista “Forbes”, é estimado que os investimentos de mercado atinjam US$ 25 bilhões ainda este ano.

    A estratégia deve continuar crescendo, por conta de dois motivos:  O primeiro deles é a pandemia de covid-19, que impulsionou o mercado digital na expectativa de fazer a economia girar de outra maneira. O segundo aspecto é a entrada oficial da Geração Z (pessoas com até 24 anos de idade) no mercado de trabalho – um grupo que deixou para trás o sonho de ser jogador de futebol ou atriz de novela para desejar ser influenciador digital.

    A chave para aproveitar esse hype é criar uma identidade forte, por meio de escolhas corretas de marketing de influência.

    Não esqueça da parte burocrática

    Contratar um influenciador vai muito além de analisar métricas e engajamento. Nesse tipo de campanha, os pequenos e médios empreendedores precisam tomar alguns cuidados jurídicos para evitar problemas no futuro.

    O contratante deve ter em mente que ele será uma espécie de embaixador da marca. Em razão disso, o principal cuidado a ser tomado é no momento da escolha. É extremamente importante antes de fechar negócio acompanhar o conteúdo produzido pela pessoa, identificando, assim, se qualidades, valores e interesses são similares aos da empresa.

    Recomenda-se também a contratação de um advogado, como profissional capacitado, ele irá atuar de forma preventiva e orientativa, apontando pontos cegos que, muitas das vezes, ambas as partes não estão enxergando, evitando, dessa forma, problemas contratuais.

    O marketing de influência é uma grande tendência para as empresas divulgarem os seus produtos nos canais digitais, porém, é muito importante estar atento na hora de escolher o influenciador(a) digital que vai ser ‘a cara’ do seu negócio.

    E aí, curtiu o conteúdo? Fique de olho nas nossas redes sociais para mais dicas de como fazer o seu negócio digital prosperar.